Como o Obsidian viabilizou o projeto Home das Cavernas Digital.
Quem acompanha meu trabalho há alguns anos, melhor dizendo, algumas décadas, sabe que essa ideia do Homem das Cavernas Digital não é nova.
Não tinha esse nome, esse nome é muito recente, mas a ideia já vem de longa data.
Eu tentei muito colocar isso em prática usando o Evernote, eu levei um monte de coisas para o Evernote, falei sobre isso no meu livro, em vários posts, em vários lugares, toda a minha estratégia de ter esse local onde eu pudesse organizar o meu conteúdo.
E a propósito, eu não gosto dessa ideia de segundo cérebro, isso não é um segundo cérebro, é um apoio.
Eu considero essas ferramentas como apoio, como uma tecnologia que vão fazer com que o meu lado humano seja mais eficiente.
Ih, usei essa palavra de novo, não posso usar essa palavra.
Se você não sabe do que eu estou falando, tem que ouvir o episódio antes desse.
Eu acho que ainda vou continuar usando ela, mas eu já estou quase lá, já estou quase chegando na outra palavra, na palavra para substituir.
Eu já entendi o conceito, mas não, não vou falar sobre isso hoje, vamos voltar aqui ao nosso raciocínio.
Então, eu tentei por muito tempo fazer isso, nunca funcionou de forma…
Por exemplo, arquivos.
O Evernote até consegue abrir arquivos, mas é um pouco complicado porque eu preciso estar num computador para conseguir abrir um arquivo, digamos, Word, consigo trabalhar naquele arquivo, salvo, ele vai salvar dentro do Evernote e ótimo.
Mas quando eu vou para o telefone, para um tablet, já começa a criar uma imensa confusão.
Então, eu nunca consegui, tentei alternativas como Google Drive, enfim, caos.
Eu fui até o limite onde era possível.
E o objetivo, por que eu digo que eu fui até o limite?
Porque o objetivo é muito maior do que esse.
O objetivo é eu ter todos os arquivos sob meu controle, o Evernote permitia isso porque ele tinha um sincronismo, então eu tenho todos os arquivos sob meu controle e em um formato aberto.
Só que o Evernote tinha isso de uma forma um pouco oculta.
Os arquivos estavam no computador, estavam sincronizados, mas eu não tinha acesso a esses arquivos.
E o formato aberto existia, mas como ele estava nessas pastas confusas dentro do computador, não era perfeito.
Funcionou porque, por exemplo, eu consegui importar tudo para o Obsidian, eu tenho todo o conteúdo, deu certo, mas não era exatamente o que eu queria para o projeto Homem das Cavernas Digital.
Para que eu possa dar um passo realmente grande, ter tudo mesmo comigo, é preciso ter uma estratégia de backup.
Eu já falei sobre isso em alguns vídeos lá no canal Vlad Campos TV, mas só um resumo.
Eu tenho um computador que fica 24 horas ligado aqui no escritório, aqui no estúdio, e o meu laptop que eu carrego comigo para todos os lados.
E basicamente ele fica na minha casa, tem uma mesa lá onde ele fica.
E esses dois computadores, eles têm uma ligação entre eles via Syncthing, tem um vídeo lá no Vlad Campos TV sobre o Syncthing, que é um aplicativo que faz o sincronismo.
E esse Syncthing sincroniza tudo, os computadores e os HDs que estão ligados a esses computadores.
Então eu tenho o mesmo conteúdo em dois lugares e cada um desses computadores tem um outro HD que está fazendo o backup do que eu faço no computador utilizando o Time Machine da Apple.
Então isso me deu uma tranquilidade.
Eu quero ainda ter um terceiro local, ainda não consegui imaginar como fazer isso, mas eu quero ainda ter um terceiro local para ter uma terceira cópia de tudo isso.
Mas enfim, isso me deu uma certa tranquilidade, criou uma base onde eu posso construir o projeto.
Eu diria que com exceção dos meus e-mails e calendário, coisas desses pacotes Office, não documentos, documentos eu tenho local, mas essas coisas, troca de informações, eu realmente não tenho local.
Poderia ter, poderia estar usando um aplicativo local, mas ainda não encontrei a solução para essas coisas.
O restante, tudo está local.
Por exemplo, eu uso o Google Fotos, mas toda vez que eu faço uma foto com o meu telefone, essa foto vai para o Google Fotos, evidentemente, mas o SyncThing fica de olho na pasta onde essa foto está sendo guardada no meu telefone e faz uma cópia dela no meu computador.
Os livros, os meus livros eu mencionei, expliquei, tem um tutorial lá no Vlad Campos TV, como é que eu peguei todos os meus livros que eu usava no Kindle, Kobo e tudo mais e guardo eles localmente.
Músicas, eu tenho minhas próprias músicas, isso já vem de longa data, eu tenho minhas músicas no iPod e naquela época a Apple era uma empresa um pouco diferente ainda, a biblioteca do iTunes, que hoje é o Apple Music, é uma biblioteca aberta, então como eu disse, eu tenho esses arquivos num formato em que eu consigo acessar, todas as músicas estão dentro de pastas, quando você olha para a biblioteca do iTunes, você nem acredita que aquilo foi criado pela Apple, tem a pasta com o nome do cantor, os álbuns e o conteúdo dentro, então está tudo ali.
E textos que eu publico no meu site, eles são notas do Obsidian e essas notas são sincronizadas, são levadas para o site utilizando o plugin Micro Publish.
Então tudo está local e do local vai para a internet, perfeito?
Então essa parte de arquivos, essa parte do meu conteúdo, tanto o conteúdo pessoal quanto o conteúdo que eu publico, que eu coloco online, ele está todo comigo.
E isso é importante, pelo menos para mim, porque existe um vácuo, existe um buraco na minha história, nas coisas que eu compartilho, de redes que não existem mais.
Eu já publiquei coisas em muitos lugares, eu estou na internet desde 1997, publicando coisas desde 1997.
Então quando os blogs passaram a ter esse estilo, vamos chamar assim, em nuvem, que você abria uma interface no navegador e publicava, eu já não tinha aquele controle, aquela informação, já tinha dado aquela informação para o serviço, para o Wordpress, para o que quer que seja aquele serviço.
Eu passei a depender daquele serviço.
E essas coisas, o arquivo da internet ainda conseguiu capturar, tem algumas coisas que eu consigo encontrar lá no arquivo da internet, mas conteúdo relacionado a redes sociais é muito raro estar no arquivo da internet.
Redes sociais são fechadas, são espaços fechados.
As redes sociais não estão no local que nós chamamos de internet aberta.
A internet aberta são sites, lugares em que você pode acessar sem ter um login e senha.
Então eu, por exemplo, algumas pessoas compartilham comigo links do Instagram e eu não tenho o aplicativo instalado no meu telefone, não tenho ele logado na minha conta principal, eu tenho uma conta lá no Instagram, mas não cancelei para não usarem meu nome de usuário.
Essas coisas de roubar a personalidade, né?
Mas eu não consigo abrir.
Eu consigo ver, quando é foto eu consigo ver, mas vários vídeos eu não consigo ver.
Facebook, nada disso eu consigo ver.
Parece aberto porque as pessoas têm conta, têm login, mas não está aberto, está fechado.
E aí isso não é capturado pelos serviços que armazenam como o arquivo da internet.
Então não sei, pode ser que isso não tenha a menor importância para você, mas eu vejo isso como algo muito importante.
Eu vejo o importante para mim, é para ver a minha história, olhar as coisas que aconteceram na minha vida e para o futuro, para os meus filhos, se eles quiserem um dia ver isso.
Eu não vou estar aqui daqui algum tempo e é interessante, imagina, eles poderiam olhar toda a minha história, ler desde os meus pensamentos, coisas que eu anotei, até tudo aquilo que eu compartilhei em lugares que não existem mais.
Então é uma forma de garantir isso e de não deixar que esse vácuo, esse buraco aconteça.
Tem gente que eu conheço que nem sequer se preocupa com as próprias fotos, considera o Instagram como o álbum de fotos.
Que perigo! Se você faz isso, pelo menos coloque em algum lugar onde você possa baixar as fotos, como o Google Fotos, como o Apple Fotos, qualquer outro serviço, mesmo que seja fechado, mas que te dê acesso.
Lembrei de uma coisa, meu pai tinha os 10 mandamentos do Mineiro pregado no escritório dele e eu não lembro dos 10, mas um deles, do bom Mineiro, pessoal de Minas Gerais, era antes de entrar, saiba como sair.
Esse é um bom mandamento para quando você está colocando as suas coisas em redes sociais, especialmente as suas fotos.
Não use o Instagram como seu álbum de fotos, isso é a maior furada que pode haver.
Ok, e onde é que o Obsidian entra nessa história toda e como é que ele viabilizou esse projeto de uma forma muito mais leve, digamos assim, do que o Evernote?
Primeiro, o fato de que o Obsidian nada mais é do que a estrutura de pastas que eu tenho no meu computador, faz com que eu possa colocar tudo lá dentro e ter esse conteúdo dentro do Obsidian.
Já vou falar um pouco mais sobre isso, sobre essa porquê disso.
E a segunda coisa é que se eu tenho tudo lá dentro nessa estrutura de pastas que é lida pelo Obsidian, eu só preciso me preocupar com o backup do cofre do Obsidian e do sincronismo do cofre do Obsidian, porque se eu tenho tudo lá dentro, é apenas um local, é uma forma de facilitar, de centralizar a minha atenção.
Porque se eu estou cuidando de tudo, eu tenho que simplificar as coisas para não me causar problemas.
Ah, esqueci dessa pasta,